Câncer de Mama
Câncer de Mama: Fatores de Risco, Tipos, Tratamentos e Cirurgias
Câncer de mama é o câncer mais frequentemente no mundo e a principal causa de morte por câncer em mulheres. O INCA estima que em 2022 no Brasil vão ser diagnosticados 66.000 novos casos de câncer.
E no maranhão?
Entre 2020 e 2021 o Maranhão registrou quase 1700 novos casos, e 430 mortes por câncer de mama (fonte INCA).
Quais são os principais fatores de risco para Câncer de Mama?
– Ser mulher, apesar de existir câncer de mama em homem, ser do sexo feminino é o principal fator de risco.
– Síndromes genéticas: aproximadamente 10% de todos os canceres de mama são explicados por variações patogênicas no DNA do indivíduo, os mais conhecidos são nos genes BRCA1, BRCA2, PALB2, TP53, CHECK2, ATM
-História familiar: câncer de mama tem maior incidência em mulheres cujas familiares, em particular de primeiro grau, desenvolveram a doença. Quanto maior o número de parentes portadoras da doença, maior é o risco de ter a doença. Como exemplo, se uma parente de primeiro grau teve a doença, o risco dobra. Se duas tiveram a doença, o risco quintuplica.
– Exposição a doses altas de radiação no tórax: pessoas que trataram Linfoma de Hodgkin, ou que fizeram radioterapia por transplante de medula possuem um risco maior para câncer de mama.
– Exposição prolongada ao estrógeno e progesterona.
– Obesidade
– Álcool: é o único “alimento” capaz de aumentar o risco de câncer de mama, mesmo em doses baixas.
Tipos de Câncer de Mama
Primeiramente entenda que existem vários tipos de câncer de mama.
Alguns têm comportamento menos agressivo, enquanto outros têm comportamento mais agressivo.
Para efeitos práticos de tratamento, os cânceres de mama podem ser divididos em três tipos.
- Tumores luminais. Aqueles que tem receptores hormonais (estrógeno e/ou progesterona) e não tem a proteína HER-2 na superfície da célula (HER-2 negativo).
Imagem: Vencer o câncer de mama / Antonio Carlos Buzaid, Fernando Cotait Maluf e Debora de Melo Gagliato – São Paulo: Dendrix, 2020.
- Tumores HER-2 positivos. Aqueles que tem a proteína HER-2 na superfície da célula, independentemente de ter ou não receptores hormonais dentro da célula.
- Tumores triplo negativos. Aqueles que não tem ambos receptores hormonais (estrógeno e progesterona) e HER-2 na superfície da célula. Daí o nome triplo negativo
Imagem: Vencer o câncer de mama / Antonio Carlos Buzaid, Fernando Cotait Maluf e Debora de Melo Gagliato – São Paulo: Dendrix, 2020.
Como é o tratamento do Câncer de Mama?
Depende… do tipo de câncer, do tamanho do tumor, da localização, do tamanho da mama e da presença ou ausência de doença na axila e ainda se existem metástases ou não em outros órgãos.
Pode incluir: cirurgia, quimioterapia (antes ou depois da quimioterapia), radioterapia, hormonioterapia, imunoterapia, e terapia alvo.
Cirurgia: A escolha do tipo de cirurgia para mulheres com câncer de mama depende basicamente da relação entre o tamanho do tumor, localização e do tamanho da mama. Levamos em conta também a paciente possui indicação de tratamentos complementares, como radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia.
O objetivo principal da cirurgia é remover o tumor e com uma MARGEM DE SEGURANÇA. Sempre que possível tentamos fazer com que a cirurgia tenha também um excelente resultado estético, desde que isso não comprometa o tratamento oncológico.
Quadrantectomia: indicada para remoção de tumores pequenos e únicos, que podem ser retirados sem que haja mutilação da mama. Em quase todos os casos em que se indica a quadrantectomia, as pacientes devem receber radioterapia adjuvante (tratamento administrado depois da cirurgia para a prevenção de recidiva), com o objetivo de eliminar focos microscópicos do câncer que ainda podem estar presentes na mama.
Mastectomia: mastectomia deve ser realizada nos seguintes casos:
- Tumores grandes, geralmente com diâmetro maior que 5 cm.
- Mamas pequenas. Mesmo que o tumor não seja grande, sua remoção pode resultar em defeito estético em mulheres com mamas pequenas. Nestes casos, e sempre que a relação entre o tamanho do tumor e o tamanho da mama não permitir uma cirurgia conservadora (casos em que é necessário remover mais de metade da glândula mamária), é preferível realizar a mastectomia.
- Tumores inflamatórios. São tumores que acometem a pele e fazem com que ela se pareça inflamada. Isso ocorre devido ao extenso envolvimento dos vasos linfáticos da pele pelo tumor.
- Tumores multicêntricos. Quando há vários tumores na mesma mama, mesmo que pequenos, é impossível preservar a glândula mamária, sendo necessária a mastectomia.
- Tumores avançados. Tumores que invadem a parede torácica (musculatura ou ossos) ou que acometem a pele, causando erosões ou crescendo para fora da mama.
- Tumores que apresentem calcificações extensas na mama, mesmo que sejam tumores in situ (não invasivos). Para remover toda a lesão com segurança oncológica, é necessário remover toda a mama em alguns casos.
- Recidiva do tumor na mesma mama.
- Contraindicação para a radioterapia.
- Cirurgia preventiva. Em casos de mutações genéticas específicas (por exemplo, de genes BRCA) ou de risco familiar alto para câncer de mama, a mastectomia é uma opção cirúrgica para redução do risco, a decisão neste caso é tomada junto com a paciente avaliando os riscos e benefícios da cirurgia.
Adenectomia: cirurgia que remove a glândula mamária, mas que preserva a pele, aréola e mamilo, é ideal para pacientes com mamas de volume pequeno/médio e com discreto grau de “queda” (ptose das mamas). Quando o médico optamos pela adenectomia, a reconstrução mamária é feita no mesmo tempo cirúrgico.
Imagem: Vencer o câncer de mama / Antonio Carlos Buzaid, Fernando Cotait Maluf e Debora de Melo Gagliato – São Paulo: Dendrix, 2020.
Pesquisa de Linfondo sentinela
O objetivo da pesquisa do linfonodo sentinela é saber se existe doença apenas na mama, ou os linfonodos também estão acometidos pela doença. O que vai mudar totalmente o tratamento.
O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo ou grupo de alguns linfonodos aos quais chegam as células tumorais que se deslocaram do tumor original.
A pesquisa (ou biópsia) do linfonodo sentinela é feita de três maneiras: por meio de injeção de corante, pela técnica de medicina nuclear, ou as duas combinadas.